Particularidades do tratamento da Rinite na Infância

Por: Beatriz Urano

Com a facilidade dos testes diagnósticos, notamos um aumento na prevalência de rinite alérgica no Brasil. E não são só os adultos que sofrem com rinite. Os estudos populacionais que avaliaram a prevalência de rinite alérgica no Brasil e empregaram o protocolo do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) são limitados a escolares e adolescentes. O emprego de instrumento único e padronizado permitiu obter-se dados iniciais sobre a prevalência de rinite, entre crianças e adolescentes brasileiros, assim como avaliar o seu crescimento ou não com o passar dos anos. Iniciado em 1996, o ISAAC documentou ser a prevalência de sintomas nasais no último ano sem estar resfriado (rinite atual) 26,6% entre crianças de 6-7 anos e 34,2% entre os adolescentes (13-14 anos) e a de rinoconjuntivite (rinite alérgica) 12,8% e 18%,  respectivamente1.

A rinite alérgica é uma doença não contagiosa, que pode se iniciar em qualquer período da vida, mas é pouco frequente antes dos 12 meses de idade. Por definição, rinite é uma inflamação da mucosa nasal, caracterizada por dois ou mais dos sintomas: coriza, espirros, obstrução nasal e/ou prurido nasal. Os sintomas ocorrem durante dois ou mais dias consecutivos, por mais de 1 hora, na maioria dos dias2

Por ser uma doença de alta prevalência na infância  é necessária a realização de um diagnóstico adequado, para um tratamento de sucesso, respeitando as particularidades que a faixa pediátrica exige. Além disso, é de extrema importância o reconhecimento de diagnósticos diferenciais ou patologias que podem estar associadas juntamente com a rinite alérgica. Deve-se lembrar que síndrome da respiração oral na infância pode ocorrer não só pela rinite alérgica, mas também por outras situações que devem ser rapidamente reconhecidas pelo pediatra e encaminhada ao otorrinolaringologista para tratamento adequado.

O teste alérgico é o maior aliado para o reconhecimento da rinite alérgica. Através da sua realização, o médico poderá individualizar seu tratamento e, a depender das condições clínicas do paciente e também de sua idade, focar em medidas ambientais individualizadas, tratamento medicamentoso e muitas vezes, na realização de imunoterapia alérgeno-específica.

Drª Renata Vecentin Becker
CRM PR 30834 – RQE 20426
Centro de Rinite e Alergia do Hospital IPO
(41) 3093 9796 – (41) 3314 1500


Bibliografia:

  1. SAKANO, Eulalia et al . IV Consenso Brasileiro sobre Rinite – atualização em rinite alérgica,. j. otorhinolaryngol.,  São Paulo ,  v. 84, n. 1, p. 3-14,  Jan.  2018
  2. Bousquet et al. Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma (ARIA) 2008. Allergy 2008: 63 (Suppl.86): 8–160

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